" E entre o aqui e o Agora, não crês que poderemos ver-nos uma ou duas vezes?"
Fernão Capelo Gaivota
28 setembro, 2006
13 setembro, 2006
O rescaldo do “Festival da Alcateia”
Ainda de férias? Sorte a sua. O Verão está quase a findar. Não se nota? Claro que sim. Aos poucos, ao blog regressem novidades. Os carros de matrículas amarelas, de alta cilindrada de séries únicas no mundo (dizem!), descapotáveis começam a escassear pelas estradas da Beira. A Volta de bicicleta à Naçon a fazer cócegas à Torre já era. Piscinas a abarrotar, mercado do Fundão a rebentar ... pelas costuras! Foi o Verão.
Vamos falar no que interessa. A festa anunciada no blog decorreu na normalidade ao longo dos quatros dias. Aviso desde já que não houve detenções por furtos, consumo de estupefacientes, nem por se ter bebido água do chafariz para os estômagos mais sensíveis ou mais viciados.
O convívio decorreu como de costume, entre os copos de cerveja bebidos junto ao bar, os lotos jogados perto da quermesse, os passos de dança exibidos no largo, a azáfama das ruas percorridas até aos bares na zona das docas secas, até mesmo as idas até às traseiras da Igreja Matriz fazer … sabe-se lá. Foram 4 dias vividos muito intensamente.
Para usufruir em pleno dos quatro dias festivos, o largo principal da área iluminada foi transformado num recinto de festa onde não faltou o palco para a exibição dos artistas convidados (pagos), uma pista de dança modesta ao ar livre (qual Sasha Club), a quermesse com a mostra das “bubidas” para serem sorteadas:
O bar, ao ar livre, com a esplanada para se assistir confortavelmente ao Show exibido no palco e aprender os novos passos de dança que sempre vão surgindo. Os assadores que acabam por contribuir com um aroma especial quando a frangalhada começa a suar sobre as brasas.
E o balcão do Bar, evitando a desidratação dos festivaleiros nos dias e noites quentes do mês de Agosto.
Digamos que a tradição já não é o que era. As novas tecnologias vão surgindo, o leitor de cassetes substituído por um leitor de CD ou até mesmo por um de mp3. Longe vão os tempos em que tanto a quermesse como o bar eram construídos todos os anos em madeira e revestidos com ramos de salgueiros roubados às margens do rio Zêzere. E o jeitaço que as folhas secas, arrancadas ao revestimento da quermesse, davam para furar o cartão do loto à medida que os números iam sendo cantados. Contaram-me que, não sendo do meu tempo, a quermesse era instalada debaixo de uma mimosa que existia no largo principal, falamos em factos do longínquo século XX. Há quem defenda a criação de um novo recinto de festas na aldeia. Será mesmo necessário? O festival não iria perder toda a sua mística?! Festa é mesmo no centro da terra. Outros locais para potenciais eventos – porque não uma rave no espaço da terraplanagem no Alto da Valeira? Ali juntinhos ao mato e ao pinhal convivendo com os coelhos e javalis. Nós, mesmos, os LOBOS.
Voltando ao que interessa: a reportagem acompanhada de alguns registos fotográficos do “Festival da Alcateia”, eheheh.
Na sexta-feira, cantou-se o fado. Entraram em palco, fadistas conceituados da região que pretendiam rasgar o silêncio da noite com a sua voz. Enganaram-se. O silêncio foi dificilmente conseguido. Estávamos na primeira noite do festival e o convívio e a beberagem no bar era mais forte. No entanto, não faltaram as palmas e até algumas vozes do recinto acompanharam as letras que iam sendo cantadas! Ah gandas fadistas.
A apoteose ocorreu com o fabuloso concurso do Karaoke. Descobriram-se novos talentos na terrinha até então desconhecidos. A presença da Catarina Furtado para apresentar as vedetas não aconteceu uma vez que teve um imprevisto à última da hora mas foi substituída pela não menos efusiva Olga do Zé Megildo (Hermenegildo). E assim, ao longo da noite, as actuações foram as seguintes:
Quim Barreiros: “A garagem da vizinha” interpretado por uma boysband dos “pequeninos” – os Bad boys constituída pelos seguintes elementos: João do Bragança, João da Saozita (o filho do Zé Firmino), Cristiano e o Rudi.
Marco Paulo: “Eu tenho dois amores” com a interpretação do nosso conterrâneo José Soares (verdadeiro artista) acompanhado pela dupla bailante Bragança e Gabriel.
Xutos & Pontapés: “Circo de feras” com a participação do mestre, o Bragança, ladeado dos não menos notáveis Júlio da Zita da Maria Alzira, Tiago da Zeca e moi-même!
Roberto Carlos: “E que tudo mais vá pró Inferno” com a brilhante interpretação do carismático José Alves mais conhecido pelo Zé da Levada! Nota pessoal: fiquei deslumbrado com a sua actuação.
A pedido do público de forma calorosa, tivemos o privilégio de José Alves aceder. Rendeu-se e vai daí, o “encore” para a interpretação de
Ágata: “Perfume de mulher”.
GNR: “Dunas” interpretado pelo duo Alberto & Joaquina, uma reencarnação assegurada pelo conterrâneo, Gabriel Serralheiro, também conhecido por Gabriel do Tio Hermínio e pela Olga.
Ena Pá 2000: “Marilú” com a claríssima interpretação do Luís da Tina, outro conterrâneo.
Silence 4: “Little respect” cuja interpretação esteve a cargo do David Ferreira (não confunda com o David Fonseca), vizinho da área iluminada, mas com ligações maternas à terrinha. Arrecadou o troféu por uma prestação notável (estive bem, não?).
Foram entregues medalhas a todos os participantes pela sua colaboração neste mediático show beirão. O certame da Eurovisão da Canção que se cuide pois este festival do Karaoke conseguirá, a meu ver a curto prazo, obter mais audiências!
Não faltou a sessão de autógrafos para satisfação das fãs. A noite prolongou-se ao som da Aparelhagem Luz e Som até altas horas da madrugada!
Sábado à noite:
Enquanto alguns portugas viam, no estádio do Dragão, a língua do Mick Jagger, outros no recinto da festa sorriam para outras línguas! A língua desta porca que amavelmente se ofereceu para as sandes. Basta olhar para o ar de satisfação do suíno:
Aos vegetarianos, amigos da liga de protecção dos animais, asseguro-vos que a porca não sofreu, a fotografia não engana!
O serão festivo principiou com a entrada em cena do tão aguardado Duo Ele & Ela (Os Crispim) que proporcionaram uma maior agitação no Casão com as suas músicas e provocaram mais gargalhadas com as suas letras.
Outros “artistas” foram convidados para subirem ao palco. Constou-me (não estava atento, ou ausentei-me do recinto nesse momento) que alguns até exibiram as suas roupas interiores, os boxers, tal era a emoção. Registei a euforia da criançada também convidada para um pezinho de dança no palco.
As crianças agradecem, e acredito que não voltam a ser as mesmas depois de uma experiência destas! Uii …
A noite prosseguiu com a actuação do grupo musical Apolo 7, até tarde.
O Domingo chegou. E começou não da forma tradicional. Questões ambientais falam mais alto. Faltou a habitual alvorada que, de há uns anos para cá, deixou de ser feita por recomendação da protecção civil no intuito de evitar incêndios numa época em que o calor e a falta de humidade é tão elevada. Acatamos, entristecidos mas conscientes dessa proibição!
A meio da manhã realizou-se a missa em honra dos nossos padroeiros seguida da procissão (Qual passerelle? Só devotos mesmo) pelas avenidas (posso exagerar, não?) da terra acompanhada da Banda Filarmónica Perovisense.
À noite, o espectáculo começou com a actuação do grupo Típico Ribatejano que arrancou palmas aos presentes que enchiam o largo e provocou o arrastar dos pés de alguns dançarinos.
Em seguida, o baile continuou com a actuação do grupo musical Geração XXI que tocou e cantou músicas para todos os gostos. E não faltou quem calcorreasse a calçada do Largo ao ritmo da Geração XXI. O reportório das bandas actuais é bem distinto do que era há 20-30 anos atrás. Ainda me lembro das músicas que se ouviam nos anos setenta. A famigerada Aparelhagem Vaz & Vaz que abrilhantava os bailes da festa da Coutada. Era O pito da Maria, (do Quim Barreiros, acho eu). E os slows? As baladas decididamente foram banidas dos festivais. Lembro-me de ver os parezinhos, agarraditos ao ritmo de canções como Je t’aime Moi non plus, aquela que diz que vai e vem-se em francês, a Jane Birkin e Serge Gainsbourg. Quem não se lembra do Chiquitita dos Abba, e os 28 graus à sombra! Era bonito ver jovens casais tão concentrados na arte da dança para não se pisarem. O grau de exigência requerido para a concentração dos passos era surreal. Afinal, todos estavam de olhos postos nos dançarinos. Acredito também que o incómodo criado no baixoventre por tais apertos tornava a coordenação ainda mais difícil de gerir, imagino! Eheheheh
Aqui fica um cheirinho do que por lá se passou. O final da actuação do grupo musical!
Seguidos dos afamados Bombos da Coutada que acordaram toda a região com a sua actuação. Ainda permitiram que algumas pessoas dessem o gosto ao braço carregando sobre o instrumento.
O artista convidado, o Délio, bem se esforçou para animar a noite, mas as festividades já seguiam no seu quarto dia. Ainda houve quem teimasse em resistir ao cansaço e se aguentasse no recinto até tarde. Aliás, como é costume, em determinada hora da noite, soa o sinal. E alguém, enchendo os pulmões, brama aos presentes, que chegou o momento de bar aberto. Ou seja, há necessidade de esvaziar os barris e, para tal, bebe-se o que se pode pois a comissão de festa oferece! Alguns presentes bem se esforçam.
E assim aconteceu o “Festival da Alcateia’06”. Muita diversão, pés de dança, namoricos(?), bebedeiras (sempre as há) mas também devoção aos padroeiros.
Resta-me agradecer, profundamente, a Comissão de Festas que pelo seu esforço e dedicação ao longos destes quatro dias viabilizou o sucesso deste evento (Ena, estive bem, agora, não?). E, oxalá, que todos os anos se realize esta festa quando somos confrontados anualmente com a não realização de festas centenárias (é, não é?) nas aldeias vizinhas. Penso que mais importante que a obtenção de verbas, está a devoção aos padroeiros feita de forma entusiasta acompanhada de muita diversão pelos 3 ou mais dias. Quando deixar de haver pessoas que se oferecem para a concretização do festival, perderemos todos. O convívio que se regista nestes dias é inigualável. Recordo que há um trabalho de um ano inteiro para preparar uma festa desta amplitude. A crítica negativista não é bem vinda. Assim, humildemente, devemos agradecer aos homens e mulheres que com a sua dedicação permitiram estes dias únicos. A todas e todos eles, um ganda bem-haja.
Eu, de regresso às terras do Sul, gostava de ir para a praia mas o tempo fintou-me. Voltarei em breve. Até lá … um big abraxo
Inté …
08 setembro, 2006
futebol de 1ª
Im Back
Domingo vai realizar-se o maior desafio da beira baixa
época 2006/2007 com apenas 1 jogo
quem ganha come quem perde também
Aparece as 09:30 a.m.
Estádio municipal da COUTADA
FOTOS FRESCAS NA SEGUNDA FEIRA
05 setembro, 2006
O regresso dos provincianos mas não pacóvios
Olá pessoal! já toda a gente regressou de férias? espero que todos tenham recuperado forças e que este "novo ano" seja profícuo para o nosso, de todos, blog
abraços e nada de baboseiras