Transcrevemos o apelo:
Exmo. Senhor Presidente da Junta de Freguesia da Coutada
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal da Covilhã
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Exmo. Senhor Primeiro Ministro
Exma. Senhora Ministra da Educação
Assunto: Encerramento da Escola EB1 da Coutada, concelho de Covilhã, distrito de Castelo Branco; e não transferência dos alunos para um Centro Educativo, como foi referida pelo Ministério da Educação.
Factos: Ministério da Educação vai encerrar a Escola EB1 da Coutada e transferir os alunos, desde os seis anos de idade, para a Escola Montes Hermínios do Tortosendo, a cerca de 15 quilómetros da Coutada.
Enquadramento e Afirmação: Ultimamente, a escola primária registou sempre entre, pelo menos, dez e quinze alunos; o que é, para uma pequena aldeia, um número significativo. Actualmente a escola conta dez alunos, e no próximo ano lectivo teria onze.
A possibilidade da escola ser fechada, e colocada na dependência da escola dos Montes Hermínios no Tortosendo (a cerca de quinze quilómetros da Coutada) deteriorará as condições de vida das crianças e famílias respectivas, pela distância entre local de residência e escola de destino, pelo problema social que irá criar e dificuldades do acesso ao ensino (depois terão de sair de casa, por volta das 7h45 da manhã e só regressarão cerca das 18.30h, não esquecendo os invernos rigorosos habituais na região), pelas dificuldades que irá criar no acesso e relacionamento entre crianças e familiares. Recorda-se ainda que no primeiro ano estará presente um menino diabético, insulino-dependente, com apenas seis anos de idade, e requerendo assim cuidados muito especiais que inclui a vigilância da mãe, várias vezes ao dia. Perante esta situação, nem podemos referir a preocupação dessa mãe ao deixar, em mãos alheias, mesmo competente, a saúde do seu filho. No aspecto pedagógico, é questionável a mudança das crianças para uma escola a 15 quilómetros de distância, devido aos seguintes factores:
Ponto 1: a escola proposta não oferece melhores condições, tanto ao nível das instalações, como pedagógico (a nossa escola, nos últimos três anos lectivos, tem taxas de sucesso que rondam os 100% nas Provas de Aferição e no Sucesso Educativo);
Ponto 2: o elevado número de alunos prejudica o ensino mais individualizado, e portanto mais eficaz;
Ponto 3: o tempo dispensado nas viagens vai agravar as relações familiares entre pais e filhos;
Ponto 4: a actividade diária que compreende o ensino, mais as viagens, provocará um índice de cansaço mais acentuado ás crianças e uma consequente perda de rendimento;
Ponto 5: os significativos investimentos aplicados na escola da Coutada vão revelar-se inúteis, e lascivos para o erário público;
Ponto 6: esta medida vai acentuar, ainda mais, a desertificação da nossa aldeia contribuindo para o aumento, desmesurados, das áreas urbanas e o consequente crescimento dos problemas sociais;
Com esta petição repudia-se a vontade de amputar à população da área da Coutada o seu direito Constitucional e inalienável à educação de proximidade.
Esta petição pretende contestar e impedir o encerramento da escola primária da Coutada, enquanto não estiver operacional o Centro Educativo, proporcionando as condições adequadas às crianças.
8 de Junho de 2010
Na expectativa da melhor resolução,
Atentamente.
A comunidade da Coutada
