20 novembro, 2006

Reconstrução da Capela de São Sebastião

Buenas

O fim de semana já era e arranca uma nova semana de "travalhe" como diria o emigrante português ou alguns residentes no estrangeiro e até mesmo o que já regressou há muito tempo, os solidários com eles ou mesmo os que facilmente são influenciados. O raio da língua francesa (a da escrita e da linguagem) teima em tropeçar na oratória desses protagonistas, frequentemente criticados (injustamente) por não se esforçarem em falar o português correcto. Preso por ter e não ter cão. E pobre daqueles que laborando pelas várias regiões do país, vão assimilando as diferentes pronúncias de cada uma delas. Torna-se num orador com uma "fala" estranha. Junte o sotaque beirão, xei lá, maj o xotaque micaelense, do tipo estou cumendo, ó méssa já me esquecia da pronúncia alentejana vai um cafeií, compadre, sem esquecer o algarvio, má k jeto, taj a veir, e indo pelo Norte minhoto, ai bou bou!!! Isso dá uma música única por quem a troteia.
Mas o que nos leva a colocar uma nova postagem é o facto de nos ter chegado à redacção documentos ultra-secretos que o nosso 007 ao serviço da comunidade nos disponibilizou. O qual agradecemos. E é isto: como é do conhecimento (pelos vistos não era tão secreto) a capela sofrerá brevemente uma visita do Tallon da construção civil e vai daí terá de suportar uma cirurgia com implantes de botox e afins para brilhar nos momentos de ribalta das ocasiões de comemorações religiosas, para ficar bem na fotografia.

Trata-se de uma memória descritiva da Capela de São Sebastião que passo a transcrever:
  1. Pretende-se reconstruir a Capela de São Sebastião, tal como se encontrava desde o século XVIII até 1984, altura em que foi totalmente demolida e substituída pela construção modernista (chamemos-lhe assim), que hoje lá se encontra em estado de degradação.
  2. A reconstituição do modelo e estilo da capela foi baseada nos depoimentos das pessoas mais velhas da aldeia, assim como no estudo comprovativo com outras capelas da região possuidoras das mesmas características.
  3. A capela localiza-se na aldeia da Coutada, no concelho da Covilhã.
  4. A sua implantação será feita numa área de 365,26 m2 pavimentada por granito em paralelipípedos. Propõe-se a plantação de duas tílias neste terreiro. Este recinto será ainda delimitado por pequenas colunas em calcário unidas por correntes de ferro - confr. desenho n.º 2.
  5. A área bruta da capela será 97,90 m2, tendo uma forma rectângular, de 12,00 m x 6,60 m. As paredes terão a espessura de 0,60 m e altura de 4,50 m nas fachadas laterais e a cota máxima na cumieira será de 6,55 m. Na cumieira da fachada principal haverá uma cruz em granito - confr. desenho n.º 4.
  6. As paredes serão em pedras de xisto, excepto nos cunhais e nas ombreiras de portas e janelas que levarão granito. De granito será também o campanário bem como as escadas de acesso ao coro. Estas escadas serão exteriores e em consola, sem espelhos.
  7. O campanário, em granito como se dissse, corre do lado direito da fachada principal com a altura de 6,30 encimado em bico e com espaço para o sino. O sino será o mais pequeno dos dois que se encontram na actual capela.
  8. A cobertura será de telha lusa tanto na capela como no alpendre. A cobertura do corpo principal será de duas águas e do alpendre de três águas.
  9. A frontaria será antecedida por um alpendre com colunas e bancos laterais de granito. As vigas de sustentação da cobertura bem como o seu revestimento interior serão de madeira. A porta será de duas folhas em madeira maciça com almofadas.
  10. As janelas nos alçados laterais levarão barras de ferro em cruz para evitar a intromissão de estranhos.
  11. A entrada para o coro será feita exteriormente e este encontra-se a uma cota de 2,50 m. O seu piso será de tabuado de madeira e a balaustrauda será como está representado no desenho n.º 9. O coro será ainda suportado por duas colunas de madeira. Terá toda a largura da capela e a profundidade será de 2 metros.
  12. A sustentação da cobertura da capela será feita por asnas de madeira. Estas serão uma ou duas conforme os cálculos de resistência. O desenho n.º 8 indica as cotas de dimensionamento geral do conjunto de peças que constituem uma asna. A viga central será em betão, bem como os barrotes que assentarão na viga central e nas paredes laterais. O ripado que suporta o telhado será também de betão. O revestimento interior da cobertura será um tabuado de madeira de maneira a ocultar os barrotas e ripas de cimento e a acompanhar por dentro o movimento ascendente do telhado.
  13. O pavimento da capela e do alpendre será em lajes de granito bujardado à antiga.
  14. Será utilizado o altar que se encontra na capela actualmente depois de devidamente restaurado.
  15. Os bancos serão corridos e dispostos de maneira a formar um corredor central.

DESENHOS N.º 2, 4 e 5:

DESENHOS N.º 6, 7 e 9:

Ficou então o registo do projecto. Todos esperamos que seja para breve a recontrução da dita capela. Amigo, sim voçê, "vossemeçê" que está lê este blog, eu apelo: colabore comentando, criticando os aspectos negativos e até positivos da futura substituta.

Por hoje chega, vou descansar a pestana. Apeteceu-me uivar, mas contive-me não vá a vizinhança ficar preocupada. Abraxos amigox.

Inté ...

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