16 novembro, 2006

Ó tempo volta prá trás

Buenas.
Depois da fartura de água que caiu e se instalou nas terras da Beira, o Inverno começa a espreitar obrigando-nos a procurar nos armários, agasalhos para combater o frio. Protegidos da descida da temperatura, recolhemo-nos ao nosso lar, para assistir comodamente aos programas eruditos que os canais televisivos gentilmente nos bombardeiam diariamente. Outra ocupação possível, colocar a leitura em dia, seja o semanário, o jornal diário ou até mesmo o romance que nos envolveu. Ou ainda, junto à lareira, assamos umas castanhitas que acompanhamos com jerupiga, e trocamos ideias com os familiares numa amena cavaqueira. Os temas que surgem nos diferentes lares dos coutadenses são diversos: deduzo que sejam desde os acontecimentos que marcaram o seu dia, ao tempo sentido hoje e que se espera sentir amanhã até às histórias ocorridas há décadas atrás nesta área iluminada. Nestas histórias relembram-se, com alguma entoação saudosista do narrador, como eram as ruas e as casas nessa altura. Durante a noite, a inexistência de luz eléctrica criava uma escuridão total nas ruas. Este facto, talvez fosse responsável pela ocorrência de eventos que me atrevo classificá-los de sobrenaturais. Histórias da "Má hora" e da "Boa hora" que marcaram encontro com algumas pessoas da terra, o arrepio sentido quando se ouvia o galope daquilo que era suposto ser metade humano e a outra metade cavalo que dava coices nas portas de algumas habitações assustando os moradores ou outras histórias que envolviam a aparição de lobisomem, não fosse a Coutada a terra dos Lobos!! A chegada da electricidade erradicou definitivamente todos estes acontecimentos estranhos. Nunca mais se ouviram relatos semelhantes.
E por falar em tempos passados, recebi fotografias de outras épocas, da área iluminada. Estas relíquias foram gentilmente cedidas pelo Fernando Soares.

A CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO EM 1982:


UMA CAPELA DESGASTADA PELO TEMPO:


O INTERIOR DA CAPELA:


A SUBSTITUTA JÁ COM RUGAS (sem palavras ...):

Ainda nos anos 80, podemos observar o aspecto de algumas ruas da Coutada.

Rua do Cálvário, Rua do Forno e Rua da Laranjeira:



E para finalizar, num jeito de uma cereja no cimo do bolo, eis aquela que considero um registo fotográfico valioso: a procissão que se realiza no domingo da festa da Coutada, em Agosto, nos anos 80. O Festival da Alcateia'82, ena!

De facto, as mudanças são muitas. A registar: o candeeiro central que iluminava o "casão", hoje desaparecido; as casas contíguas ao largo que podemos ver, sofreram, ainda na década de 80, uma intervenção cirúrgica de cosmética apresentando um novo visual; e para os mais atentos, os tradicionais balões de papel que se faziam nas semanas antecedentes ao festival para embelezar o largo nestas ocasiões.

Lanço aqui um desafio: apelo a quem tiver na sua posse, fotografias da terrinha de tempos antigos, que tenha "pachorra" para digitalizá-las e que queira partilhá-las, é favor enviá-las para um dos contribuidores. Os visitantes mais velhos certamente ficarão satisfeitos por recordá-las provocando umas cócegas nostálgicas e os mais novos espantar-se-ão com as reais mudanças que aconteceram.

Ficamos todos a aguardar, um bem haja antecipado a quem queira colaborar.

Inté ...

2 comentários:

Unknown disse...

Fenomenal, eu que como sabem sou um Coutadense, dos verdadeiros, mas que não tive o previlégio de ter presenciado tais reliquias, fico agradecido!!

E corroboro o repto lançado pelo nosso amigo do peito. Toca a colocar fotos antigas e recentes tmbém.

Abraços para todos os Coutadenses espalhados pelo Planeta.

Já agora quem está na Grécia e que também navega por estas bandas?

Anónimo disse...

Concordo com o Coutadense "Bragança", em genero e em número.

Agora de facto quem será o Grego que está a deixar todos gregos...

Abraços!