Depois da fartura de água que caiu e se instalou nas terras da Beira, o Inverno começa a espreitar obrigando-nos a procurar nos armários, agasalhos para combater o frio. Protegidos da descida da temperatura, recolhemo-nos ao nosso lar, para assistir comodamente aos programas eruditos que os canais televisivos gentilmente nos bombardeiam diariamente. Outra ocupação possível, colocar a leitura em dia, seja o semanário, o jornal diário ou até mesmo o romance que nos envolveu. Ou ainda, junto à lareira, assamos umas castanhitas que acompanhamos com jerupiga, e trocamos ideias com os familiares numa amena cavaqueira. Os temas que surgem nos diferentes lares dos coutadenses são diversos: deduzo que sejam desde os acontecimentos que marcaram o seu dia, ao tempo sentido hoje e que se espera sentir amanhã até às histórias ocorridas há décadas atrás nesta área iluminada. Nestas histórias relembram-se, com alguma entoação saudosista do narrador, como eram as ruas e as casas nessa altura. Durante a noite, a inexistência de luz eléctrica criava uma escuridão total nas ruas. Este facto, talvez fosse responsável pela ocorrência de eventos que me atrevo classificá-los de sobrenaturais. Histórias da "Má hora" e da "Boa hora" que marcaram encontro com algumas pessoas da terra, o arrepio sentido quando se ouvia o galope daquilo que era suposto ser metade humano e a outra metade cavalo que dava coices nas portas de algumas habitações assustando os moradores ou outras histórias que envolviam a aparição de lobisomem, não fosse a Coutada a terra dos Lobos!! A chegada da electricidade erradicou definitivamente todos estes acontecimentos estranhos. Nunca mais se ouviram relatos semelhantes.
E por falar em tempos passados, recebi fotografias de outras épocas, da área iluminada. Estas relíquias foram gentilmente cedidas pelo Fernando Soares.
A CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO EM 1982:
UMA CAPELA DESGASTADA PELO TEMPO:
O INTERIOR DA CAPELA:
A SUBSTITUTA JÁ COM RUGAS (sem palavras ...):
Ainda nos anos 80, podemos observar o aspecto de algumas ruas da Coutada.
Rua do Cálvário, Rua do Forno e Rua da Laranjeira:
De facto, as mudanças são muitas. A registar: o candeeiro central que iluminava o "casão", hoje desaparecido; as casas contíguas ao largo que podemos ver, sofreram, ainda na década de 80, uma intervenção cirúrgica de cosmética apresentando um novo visual; e para os mais atentos, os tradicionais balões de papel que se faziam nas semanas antecedentes ao festival para embelezar o largo nestas ocasiões.
Lanço aqui um desafio: apelo a quem tiver na sua posse, fotografias da terrinha de tempos antigos, que tenha "pachorra" para digitalizá-las e que queira partilhá-las, é favor enviá-las para um dos contribuidores. Os visitantes mais velhos certamente ficarão satisfeitos por recordá-las provocando umas cócegas nostálgicas e os mais novos espantar-se-ão com as reais mudanças que aconteceram.
Ficamos todos a aguardar, um bem haja antecipado a quem queira colaborar.
Inté ...
2 comentários:
Fenomenal, eu que como sabem sou um Coutadense, dos verdadeiros, mas que não tive o previlégio de ter presenciado tais reliquias, fico agradecido!!
E corroboro o repto lançado pelo nosso amigo do peito. Toca a colocar fotos antigas e recentes tmbém.
Abraços para todos os Coutadenses espalhados pelo Planeta.
Já agora quem está na Grécia e que também navega por estas bandas?
Concordo com o Coutadense "Bragança", em genero e em número.
Agora de facto quem será o Grego que está a deixar todos gregos...
Abraços!
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